Logo que cheguei à Mocidade Independente de Aparecida, bem cedo como
sempre, fui beber algo no "butiquim da pareca". Trata-se de um
espaço, espécie de lounge, da chique quadra da Aparecida onde é possível ver o
movimento do alto da quadra, beber e comer alguma coisa. Enquanto preparava os
equipamentos e revisava o roteiro da pesquisa percebi minha companheira de campo
e vida, Taynah fotografando algo que estava relativamente distante. Era um
decalque da Mocidade Independente de Padre Miguel, sua escola de coração no Rio
de Janeiro, em um repique branco. Olhei para o dono do repique que repousou o
instrumento sobre o banco do balcão enquanto apreciava o cardápio em pé. Aquele
que concedia ao instrumento o luxo do repouso em detrimento dele mesmo era
Mestre Major. Já havia topado com ele em outras quadras aqui em Manaus. A
primeira vez, quem acompanha os posts deste blog há de lembrar, foi na final da
aconchegante GRCES Presidente Vargas. Depois mais uma vez o vi na Andanças de
Ciganos. E minha admiração, mesmo sem conhecê-lo foi crescendo.
Foi o meu amigo da comunidade do carnaval de Manaus no FaceBook,
Josevaldo Souza quem indicou: "aquele ali é o mestre Major"; isso quando
eu impressionado com a habilidade do ritmista no Ferro de Engomar, perguntei
quem era. Diferente do que fiz na Matinha e na Cachoeirinha, dessa vez me
dirigi a ele para conhecer um pouco mais daquele por quem já nutria admiração.
Falamos sobre várias coisas. Eu achei que seria uma conversa rápida para falar
um pouco sobre a visita significativa que a Aparecida receberia naquele
domingo, a sua rival mais antiga no carnaval, Vitória Régia. A conversa foi
rapidamente para a música, verdadeira paixão de Major. Paixão que o levou ao
Rio de Janeiro para realizar o sonho de tocar na bateria "Não existe mais
quente" e estudar na Escola de Música Villa-Lobos. E hoje, com formação
musical suficiente para dedilhar seu cavaquinho, soltar a voz e dar vazão a sua
inspiração em belos sambas, não deixa de honrar sua cidade natal, seu Amazonas,
seu Boi Garantido, sua Balaku Blaku, onde tudo começou.
Mestre Lucas e Mestre Paulinho: os comandantes da Universidade do Ritmo |
Um pouco da performance da Universidade do Ritmo no seu esquenta, no samba do carnaval de 1993 e no samba para o carnaval de 2014:
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