17.10.14

Baluarte da Meninos Levados será enredo

A Meninos Levados, escola do Grupo de Acesso B de Manaus, definiu seu enredo para 2015. A escola levará para a venida uma homenagem ao ex-presidente recentemente falecido Ribamar Raposo. O carnavalesco da escola será Cleumar Ferreira. Confira abaixo a sinopse da Meninos Levados.

ENREDO: NASCIMENTO E VIDA DE UM GUERREIRO
INTRODUÇÃO
A grande inspiração acontece quando o nosso tema está ligado aos nossos mais puros sentimentos. Um dos mais antigos e apaixonantes motivos que tem movido os homens através da história é o seu chão. O objetivo desse enredo é homenagear a José Ribamar Raposo que foi um homem idealizador, sempre inflamado a defender, com seus discursos carismáticos e pulso forte não só suas aspirações, seus sonhos, mas também de uma comunidade dos amantes do samba. Poetizar uma história do nascimento e vida de um guerreiro marcado por grande bonança, ao longo de sua infância até sua fase final de vida, é hoje a fonte de nossa inspiração, da Escola de Samba Meninos Levados para o carnaval de 2015 e de quem crê que tudo é possível quando se tem fé, anseio, bom coração e disposição para lutar.

Desenvolvimento da Sinopse
Em uma terra abençoada onde nascem homens bem aventurados ou que abraçam e acolhem outros de moradas distantes, que fazem histórias de alegrias e de dores as quais se perpetuam no ciclo da vida – começo, meio e fim. Deus concede o Dom de Vida aos homens. Elevem seus pensamentos e permita tocar de leve os sentidos, façam pleno de emoção para viajar e experimentar o abraço que nos abraçam e orgulhosamente nos convocam para sorrir e comemorar o sinal vital do tempo de festejar, contar as narrativas do dia a dia, nas antigas lições do passado, agregar o valor das memórias, de coroar com toda paixão, traduzida em forma de carnaval, o nosso homenageado José Ribamar Raposo no carnaval 2015 do Grêmio Recreativo Escola de Samba Meninos Levados.
Abre-se a cortina imaginária do tempo, descendente de nordestino, lá das terras das rendeiras do Estado do Ceará onde o folclore, o DNA da cultura está na veia do povo brasileiro, não escondia suas origens em seu comportamento, suas atitudes, seus gestos e ações. No entanto, o guerreiro cumpriu sua missão na terra do povo Manaós, demonstrando todo o orgulho de ser do Estado do Amazonas. Nascido sob o signo de gêmeos no dia 18 de junho de 1941, aos olhos de seus pais: Onoria Dorneles e Tertuliano Raposo. 
Adentrando o mundo no qual foi criado na Rua Jonathas Pedrosa, no berço do samba de Manaus, Praça 14 de Janeiro onde ressoam tambores, cantos, louvores, ritos, paixões e fé. Na infância, tempo da inocência, viver significava brincar e fez de seus brinquedos seus melhores companheiros fiéis. Na sua adolescência, demonstrou ter capacidade de transformar a madeira bruta em objetos de decoração, utilitários ou arte. Assim, o guerreiro José Ribamar Raposo se especializou e escolheu a mesma profissão de José, esposo de Maria, mãe de Jesus Cristo, a profissão de marceneiro que é uma evolução da carpintaria, sendo a diferença dela por ser um trabalho mais artístico. A marcenaria foi um pedaço de sua vida. Presente também a religiosidade, devoto de Nossa Senhora de Fátima, mas também sente-se abençoado por São José, Santo Padroeiro dos Trabalhadores. Selou uma união vitoriosa com dona Maria Fernanda Siqueira Raposo, os quais tiveram três filhos e 14 netos.
Com o passar do tempo, o carnaval o conquistou e, em 1980, José Ribamar Raposo foi um debutante no mundo do samba, após sua participação no Grêmio Recreativo Escola de Samba Vitória-Régia, tornou-se um amante pela folia momesca, participando dos grandes bailes de carnavais ao som das inesquecíveis marchinhas, de seresta a serenata, virou um boêmio, foi vida e emoção, foi passado e recordação, do berço do samba à avenida, do sonho à construção, foi brasileiro, foi manauara, foi sambista apaixonado. 
Ribamar sob as luzes das estrelas, junto com os amigos Delfim Sá, Zé Luís, João e Manoel fundaram um bloco carnavalesco no ano de 1985, chamado por “Meninos Levados” tendo o Leão e um Menino como símbolo do bloco. Em seu pavilhão nas cores azul e amarelo, o bloco Meninos Levados se tornou escola de samba em 1998. Jose Ribamar Raposo foi um exímio defensor das escolas de samba do grupo de acesso, bem como presidente desse grupo.
Na sua vida pessoal e familiar imperava a felicidade como chefe de família, considerava a escola de samba como sendo sua segunda família. A palavra Amor era fonte de energia. Era a força que o movia para encontrar as soluções do dia-a-dia. Era a inspiração e plataforma de criação para uma vida mais sadia. Na cruz de malta encontrou seu amor pelo time Vasco da Gama-RJ e, também, pelo Fast Clube-AM. No dois pra lá e dois pra cá o coração avermelhou pelo boi bumbá Garantido. Amante das rodas de sambas, de bar a bares e encontros com amigos para bater uma prosa e beber uma cerveja popularmente chamada por “loira gelada”.
O Grande sambista partiu dessa terra no dia 09-08-2014 aos 73 anos, subindo aos céus levando consigo toda alegria de ter deixado legados no carnaval de Manaus e ter feito história no carnaval de forma geral. Nas estações onde passa, hoje, ganha na avenida e, a Escola de Samba Meninos Levados agora brinca e para todo o mundo diz, que a estrela de Ribamar no céu descansa feliz. Mas o poeta vive, chegou a hora de deixar a emoção tomar conta de nós. E de braços abertos receberem mais uma vez o povo, para o maior espetáculo a céu aberto do mundo. Vamos congelar o momento em que a batida do surdo se confunde com a do coração, anunciando a nossa escola na avenida, aquele instante em que a emoção pulsa forte, a mente delira, o corpo se entrega. Nem verde nem rosa, nem azul nem amarelo. Hoje são todas as cores se misturando na avenida. Que a padroeira Nossa Senhora de Fátima com sua benção, conceda a GRES. Meninos Levados abrir seu coração, para seguir o caminho da felicidade coberto por rosas, sem espinhos, iluminado pelo eterno brilho de uma constelação de sambista em homenagem ao baluarte do samba José Ribamar Raposo.

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