1.8.14

A Grande Família divulga sinopse e calendário do concurso de samba de enredo

A Grande Família divulgou quais serão as datas para a escolha do seu samba para o carnaval 2015. Antes do concurso haverá no dia 11 de agosto, às 19h30, na quadra da escola, a reunião TIRA-DÚVIDAS dos compositores concorrentes com a comissão de carnaval. Confira as demais datas na figura abaixo:


Leia também a sinopse do enredo da escola:

"G.R.C.E.S. A GRANDE FAMÍLIA – SINOPSE CARNAVAL 2015
ORIXÁS – A FORÇA QUE VEM DA NATUREZA

O despertar da vida...
No início, existia o nada. E no nada vivia Olorum (ou, Olodumaré), o Deus Supremo. Olorum vivia só. E sua solidão era cada vez maior. Até que, num momento (pois o tempo ainda não existia) Olorum se espreguiçou.
De seu corpo, fosse por querer, ou pela vontade divina de não ficar só, a vida brotou em pequenas gotas de água. E elas formaram uma poça que, aos poucos, ia tomando forma. Delas começava a surgir um ser que em sua forma lembrava Olorum.
O ser supremo observava o nascer da criatura com curiosidade até que ela estivesse totalmente formada. Olorum criara um ser dele próprio. Mas lhe faltava algo. Ele ainda não estava pronto. Faltava-lhe vida. Foi então que o Deus Supremo concedeu a vida ao ser através de seu sopro.
A ele, deu o nome de Oxalá (ou, Obatalá), o primeiro orixá – Epaô ê, Babá! Feliz com o que havia criado e por não estar mais sozinho, Olorum decide criar mais orixás. E assim nasceram os orixás: moldados e trazidos à vida pelo Deus Supremo Olorum.
E no Orum, a natureza se fez presente...
Os orixás precisavam de um lugar para viver. Foi então que Olorum criou o Orum (céu, paraíso). Em sua divindade, criou o ambiente perfeito para que os orixás vivessem em paz e harmonia. Estava criada a natureza junto com os elementos (fogo, terra, água, ar) que a sustentaria por todo o sempre. Olorum, então, escolheu um orixá, com a força de cada energia presente na natureza, para proteger e cultuar cada elemento criado. 
Primeiro o fogo. Lauroiê, Exu (esfera)! Mensageiro das divindades. Responsável pelo orun-ayê (ligação entre o céu e a terra). Senhor dos caminhos. Guardião da porta das ruas e das encruzilhadas. Só através dele é possível invocar outros orixás. Com os sete ferros numa mesma base, voltados para cima, mantém acesa a chama do carnaval.
A matéria da qual o corpo se constitui surge, a Terra. Atotô, Obaluaiê (dono da terra)!Esconde o segredo da vida e da morte. Conhece a cura de todos os males. Energia que dá vida a todos nós.
Surge a força procedente das águas. Odôiyá, Yemanjá (mãe dos filhos-peixes)! Rainha dos mares. Mãe dos orixás. Energia que acrescenta vitalidade, poder de crescimento, regeneração e reprodução. Com seu abebê(espelho-leque) domina as profundezas das águas.
Energia que vem do ar, dos ventos. Eparrei, Yansã (nove filhos)! Senhora dos ventos. Deusa guerreira, ágil e agitada como o vento. Senhora absoluta dos eguns (almas). Elo entre o visível e o invisível. Amante verdadeira da natureza. Não teme a nada.
E assim estava criado e protegido, o Orum. Cada orixá com ligação direta com as forças da natureza.
E no ayê, a proteção dos orixás...
Ylê nfê (a terra se expande)!Eremu Odudua, jekuá! O ayê (terra) estava formado. Faltava-lhe vida para habitá-lo. A força da natureza se expande pelo ayê e surge uma nova morada – a morada dos homens.
Saluba, Nanã! Gostou da Terra que Odudua criara e fez morada nos pântanos, rios e lagos. Dos fundos de um rio trouxe a argila. Oxalá, assim, cria os seres que habitariam o ayê.
Com o ayê habitado, tornou-se o lar dos humanos. Ogunhê, Ogum! No domínio deste novo caminho. Guerreiro preparado para as lutas e o trabalho. O Kiarô, Oxóssi! Caçador noturno, oferece as oferendas, como forma de agradecimento pela criação. É a força geradora de alimentos do planeta. Kaô Kabiesilê, Xangô! Ofereceu toda a força que vem das rochas, o fogo que não queima, mas aquece, alimenta e dá vida ao espírito.
Surge o culto aos orixás. Surge, também, o culto às forças elementares do fogo, da terra, da água e do ar. As forças em equilíbrio produzem a energia revitalizante – o axé, que significa poder. O axé é a energia sagrada dos orixás. Saudação de votos de felicidades.
Essa energia revitalizante que nos auxiliam no dia a dia, fez surgir o Candomblé – junção de cultos a vários orixás. Tem por base a anima (alma) da natureza. Chegou ao Brasil através dos escravos vindos traficados da África, que com insistência continuaram praticando suas religiões em terras brasileiras.
Iniciado nas senzalas, quilombos e terreiros, expandiu após a abolição da escravatura. E hoje, os orixás, os rituais e as festas do candomblé fazem parte da cultura brasileira.
Os orixás recebem homenagens regulares dentro e fora de seus terreiros. São oferendas, cânticos e danças. A fé nos orixás é uma verdadeira “vitrine” de manifestações artísticas e culturais: Lóci lóci, Logum! Para em suas matas entrar... Ewé ô –Ewé assá, Ossaim! Para fluir com suas folhas, com suas ervas medicinais... Ora ieiê ô, Oxum! Para brincar em suas águas doces... Arruboboí, Oxumaré! Olha a chuva... Beje eró, Erê! O relaxamento após o transe... Obá,xirê! Para se proteger das águas, quando estas estão revoltas...
Equilíbrio perfeito! Axé a todos!
Quando dizemos que adoramos os Orixás, estamos, na verdade, adorando as forças da natureza, sem ao menos percebermos que tais fenômenos estão acontecendo. Não existe um só momento em que os elementos da natureza não estejam ao nosso lado, convivendo e influenciando nossas atitudes.
Longe de serem apenas mitos da cultura africana, os orixás são na realidade os arquétipos do comportamento humano. A integração entre o ser humano e os seus orixás, significa equilíbrio, consciência, sucesso e fraternidade. É o encontro do eu interior e o eu exterior, mas será preciso descobri-los e conhecê-los para poder equilibrá-los.
E esse equilíbrio existente entre orixás e natureza deve ser seguido por todos nós, seres humanos, que fazemos parte dessa natureza, mas que, infelizmente, a destruímos a cada instante. Só alcançaremos o sucesso como seres humanos quando conseguirmos transformar as nossas atitudes em um equilíbrio perfeito com o meio ambiente. Por esse motivo, o Galo pede axé aos orixás para conseguir tocar no coração de cada sambista, e assim, com o nosso desfile e com o nosso samba, pedir consciência para que vivamos em harmonia com a Natureza.

(Jorge Granjeiro/Carnavalesco)

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