7.7.14

Mocidade Independente de Aparecida divulga sinopse

por Divulgação da Mocidade I. Aparecida 

Com o Enredo "Aquiri - Orgulho do Brasil" a Mocidade de Aparecida divulga sua sinopse de enredo para o carnaval 2015 e já convoca os compositores para o concurso de samba de enredo.  As inscrições estarão abertas no período de 11 a 15 de agosto de 2014 e devem ser realizadas na quadra da Mocidade Independente de Aparecida, na Rua Ramos Ferreira, s/nº, Bairro Aparecida, de 14h às 20h. Os compositores, no ato da inscrição, devem entregar uma cópia do samba gravado em CD e 20 cópias da letra do samba impressas.
A diretoria da Aparecida veta, na gravação do samba, qualquer citação de nome em homenagem a dirigentes, componentes ou não da escola, bem como nomes de empresas e/ou patrocinadores. Dúvidas a respeito da sinopse, devem ser encaminhadas aos carnavalescos Saulo Borges Borges (9985-4310) e Fabiano Fayal (9228-7437).

Confira abaixo a sinopse da Mocidade Independente de Aparecida para o Carnaval 2015:



Aquiri
ORGULHO DO BRASIL
CARNAVAL 2015
“A selva só concedeu o direito da existência aos que lhe afeiçoaram”
Euclídes da Cunha
Uma névoa branca paira sobre a copa das árvores que, por sua vez, cobrem o chão de um lugar mágico... No começo de tudo, este pedaço de terra só conhecia os pés dos que chegaram ali primeiro e sempre viveram por lá, para uns, desde a suposta migração da Ásia para cá, pelo Estreito de Bering..., para outros, desde sempre, até que veio uma revoada de homens sem asas, em busca de outros sonhos, de sonhos diferentes..., mas cheios de sonhos.
O sonho vive em todos nós. Enquanto uns sonham com a paz, outros sonham com a guerra, outros não necessariamente sonham com a guerra, mas com o fim da fome e da sede, o que não deixa de ser um sonho justo, mas que trouxe guerra e dor para este lugar, no seio da maior floresta do mundo. 
Houve, ainda, nesse canto de mundo, num passado não muito distante, os que sonharam com o poder, com o ter, com o dominar, com as riquezas do lugar. Entre as gigantes seringueiras, os sonhos, mesmo diferentes, se encontraram... Um dia foram sonhos iguais. Um dia foram sonhos de liberdade. Alguns sonhos se tornaram realidade, como o sonho de ser brasileiro. Outros fizeram história e não venceram...
Entramos floresta a dentro. Rompemos a névoa e a copa das árvores e sentimos o chão. Como é belo este lugar! A riqueza de sua fauna e flora é infinita. Quanta diversidade! Vamos nesta revoada, fazer nossa viagem. Desta vez vamos ao Estado do Acre. Vamos conhecer algo mais e revelar ao mundo, o que o Acre tem, num sonho de carnaval.
Agora é Aquiri. 
Aquiri é Acre.
Acre das florestas encantadas, das belezas intocadas
Acre do rio verde, que nem verde, de fato, é.
Acre dos rios de grandes correntezas. Do Purus e do Juruá e de tantos outros.
Acre dos grandes jacarés. Das árvores coloridas, os Ipês.
Acre do céu de encantos. Da nobreza, constância e valor.
Acre dos índios de várias linguagens, dos Pano, dos Aruak e Arawá.
Das etnias Kaxinawa, Katukina, Apurinã, Kulina, Kanamari, entre outros.
Acre dos seringais: das majestosas seringueiras, dos sacrificados seringueiros e dos ferozes seringalistas.
Acre dos imigrantes nordestinos, que, aos poucos, foram povoando o lugar, no sonho de dias melhores, no sonho do ouro branco.
Acre das terras cobiçadas pela Bolívia, pelo Peru e pelo Brasil.
Acre, quase norte-americano.
Acre da História, com H maiúsculo, marcada por batalhas.
Acre do Tratado de Petrópolis e suas promessas, em parte, não cumpridas.
Era o Acre do jeitinho brasileiro, nem estrada de ferro Madeira Mamoré, nem pedaços de terra, nem no Amazonas, nem no Mato Grosso. Pedaço de terra de lugar nenhum. Ficou tudo na promessa! Nem mesmo o agrado, os dois cavalos brancos, chegou ao lado de lá... 
Acre das batalhas gloriosas e inglórias, que depois do sangue derramado, se fez república independente. 
Acre do Alto Acre, do Alto Purus e do Alto Juruá.
Acre do Movimento Autonomista, que, de Território, se fez Estado.
Acre dos 22 municípios, dos importantes Cruzeiro do Sul, Xapurí e Tarauacá, onde nasceu o nosso Djalma Batista.
Acre de grandes vultos. De Plácido de Castro, Luiz Galvez, o apelidado Imperador; e do decisivo Barão de Rio Branco, que pagou pelo Acre, dois milhões de libras esterlinas, ou 36.268 contos e 870 mil-réis em moeda.
Mas, Acre também dos milhares de heróis anônimos, que lutaram, venceram e morreram nas batalhas histórias.
Acre da prosperidade financeira.
Acre de tanta gente, de todos os imigrantes que resistiram ao “terrível ‘inferno verde’, devorador de almas e homens”, desde os índios já citados, passando pelos índios isolados, que vivem como há cinco mil anos; pelos nordestinos, também citados; até os gaúchos, cariocas, paulistas, sem deixar de citar os estrangeiros: espanhóis, italianos, sírio-libaneses, japoneses, alemães e eslavos, que contribuíram para a formação do lugar.
Acre que encantou Euclídes da Cunha.
Acre da arte e da cultura. Das lendas e dos mitos que assombram. Do Mapinguari. Do Boto que encanta as caboclas e da Cobra-Grande que habita os igapós e amedronta o pescador. 
Da Caipora que engana o caçador e do pássaro Caboré, que se esconde nas matas e nos arbustos.
Acre dos Folguedos. Das quadrilhas multicoloridas e do Marupiara Jabuti Bumbá, já que o boi, que não é o bumbá, não é bem visto pelo povo de lá.
Acre dos Festivais. Do Festival de Música Varadouros e do Festival Pachamama. Dos festivais de teatro, do Yawa, do festival de São João.
Acre das comemorações sobre a Diversidade. 
Da festa da Agricultura e da Pecuária.
Acre do artesanato, das peças em cerâmica, dos utensílios de palha.
Acre de vários sabores. Do Pirarucu, do Pato no Tucupi, do Tacacá e das geleias de frutas, como o abacaxi e de outras guloseimas.
Acre da fé e das religiões, da igreja cidadã, que assim como o Acre, ergue, desde o passado até os dias atuais, bandeiras sociais.
Acre de Nossa Senhora de Nazaré, padroeira do lugar. De Nossa Senhora da Seringueira, que para tantos é também a padroeira. De Nossa Senhora da Conceição e sua aparição na “miração” do Daime. 
Acre dos religiosos reverendos José e Peregrino e do trabalho que eles fizeram seringais a dentro, para catequizar e evangelizar.
Acre dos “empates” em defesa da vida e da consciência ambiental.
Acre das belezas naturais, da terra, da água e do ar.
Acre de Chico Mendes e de sua defesa das reservas extrativistas. Um sonho que se tornou realidade.
Acre das mulheres guerreira e suas lutas dóceis e com amor. 
Acre dos mistérios ancestrais, do passado até os tempos atuais. Dos homens que desenhavam no solo, figuras gigantescas, para se comunicar, talvez, com o além ou, quem sabe, com seres mágicos do espaço sideral.
Acre e o Céu de Mapiá. É o Acre do Santo Daime, o Acre de Mestre Irineu e seus seguidores que se espalharam pela esfuziante Amazônia, com seus hinários e suas fantásticas mirações (visões).
Acre do sim, que jamais aceitou o não.
Acre das bandeiras de justiça empunhadas, tão usadas nas batalhas travadas em busca de igualdade e na luta pela liberdade.
Acre de tanta gente que foi para lá em busca de melhores dias, em busca de sonhos dourados e que ali lutaram, que ali viveram e morreram, tudo para que fossem reconhecidos brasileiros, para que nascessem, vivessem e morressem brasileiros, parte deste lugar, filhos “da terra adorada”, filhos, netos e bisnetos “da pátria amada”. 
Acre do Acre que quis ser do Brasil. 
Acre – Orgulho de ser Brasil.
Acre – Orgulho do Brasil.

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