5.2.13

No clima dos barracões de Manaus

Galpões onde são preparadas as alegorias em Manaus
Ontem iniciei uma rotina de todos os carnavais que amo fazer: visitar e me informar do andamento dos bastidores das escolas para o carnaval que virá. Tenho essa predileção desde a graduação quando acompanhando o processo de transferência das escolas cariocas para a Cidade do Samba me tornei habitué do barracão do Império Serrano. Tal predileção virou capitulo e até fio condutor da pesquisa que fiz para o mestrado junto à Acadêmicos do Dendê.

Um mundo fascinante onde reconhecemos o valor dos artistas, dos sambistas responsáveis pela criação da maior festa do mundo. O lugar onde comprovamos o crescimento estrondoso da festa em todos os cantos do país. Vejam o caso de Manaus onde as escola tal qual no Rio de Janeiro já preparam suas alegorias em um espaço construído com este fim.

Infelizmente as dificuldades ainda se perpetuam. O descaso do poder público marca presença com o atraso da liberação de verbas que provocam uma correria desenfreada nos dias que antecedem os desfiles. A falta de fiscalização, a falta de capacitação da mão-de-obra, típica de um país que coloca cultura em décimo plano são outros entraves. Finalmente a realidade dispare que separa a festa das escolas do Acesso para o grupo Especial vem a se somar tornando os barracões espaço da dualidade ritual que cercam os desfiles de escola de samba em todo lugar.

Tentarei trazer esse material como forma de divulgação não só do carnaval de Manaus, mas numa tentativa de incitar um debate mais amplo, afinal mesmo com todos os problemas as escolas se superam. Apesar dos pesares as pessoas se entregam na produção da festa e continuam produzindo obras de arte efêmeras e eternas, pois marcaram milhões de vidas sensibilizadas pelo artista popular.

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