30.7.10

Minha Utopia Cabocla

"Viver...A Amazônia é uma utopia cabocla
Outro gesto solitário faz da festa a poesia
E do sonho nasce à arte sem saber o que é utopia"
Utopia cabloca - Toada do Boi Caprichoso


Vivo um momento de transmutação cabocla. Voltei do Amazonas, falando gírias da região; não consigo parar de ouvir toadas; defender ardorosamente meu Caprichoso; e o que é pior com muita mas muita saudade mesmo do Tacacá.

Foram dias mágicos que começaram em Manaus. Comer peixe todos os dias começaram a afetar minha saúde. Passei de um obeso consumidor de fast-food, para um candidato a esguio ribeirinho. O Teatro Amazonas com sua colorida arquitetura e decoração me fascinaram e tornaram-se companheiras de todas as horas. Bastava olhar da janela do hotel para sentir-me reconfortado. Não conheci só o lado bom da cidade, à noite vez por outra acordava com os gritos dos bêbados, moradores de rua, travestis e prostitutas. Os manauaras compartilharam comigo relatos de violência típicos do cotidiano das cidades.

Enfim, me apresentaram o sambódromo. Foi o suficiente para que a paixão concretizasse. A dispersão circular e inclusiva da pista de desfiles é realmente empolgante. Imaginar os currais dos bois lotando o espaço deixa uma vontade tremenda de voltar.

A magia da cidade de Parintins fica na mente. As pessoas, os bois, a festa e o sol constante que tornaram minha pele caboclas de vez. Desconfio que foi o cheiro do rio Amazonas. E a vontade de voltar aumenta cada vez mais.

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